12/06/2022

e então... eu fiz uma tatuagem

Eu fui para o estúdio ouvindo esta música. Ela é infalível em me deixar animada.

(Este post foi escrito no dia 5/6/22) A minha mãe tem uma tatuagem de passarinho no pescoço. Está em um ângulo que ela raramente vê, mas eu sempre vi o desenho tatuado. Acho que foi isso o que me influenciou tanto assim a fazer uma tatuagem.

Desde os 12 anos, eu gosto da ideia de fazer tatuagens e piercings. A ideia de ter um desenho marcado na sua pele pelo resto da sua vida é assustadora e encantadora ao mesmo tempo para mim. E no meio do isolamento em 2020 eu caí no buraco de coelho que são os vídeos de tatuagem do YouTube. Foi ali que tive uma epifania: se você vai ter algo marcado no seu corpo para sempre, então precisa ser algo que você vai gostar para sempre. E tem outra coisa que possui o meu amor eterno além da minha gatinha de estimação?

A ideia já borbulhava na minha cabeça até algo importante acontecer no meu terceirão: a cachorrinha do meu professor de matemática morreu. E ele tatuou a patinha dela no braço depois disso. Naquela semana, outra ficha caiu: não quero esperar perder as coisas que eu amo para demonstrar que amo mesmo elas. 


O terceirão acabou, eu passei no vestibular, comecei a faculdade e a ideia da tatuagem ficou em segundo plano. Até um vídeo no YouTube voltar a me fazer pensar sobre como nós demonstramos e vivemos o amor no capitalismo tardio. Isso, somado a muitas conversas na terapia, me fez chegar na conclusão: aquela tatuagem precisava acontecer.

Encontrei uma tatuadora na cidade onde moro, combinamos os detalhes e em cerca de dez dias marcamos um horário para eu ir lá e tatuar. Tudo correu bem até a véspera. Foi na noite anterior que a ficha que eu iria mesmo fazer aquilo caiu, e a ansiedade bateu e as preocupações surgiram.

E então, no dia 3 de junho de 2022, eu matei a aula e fui caminhando até o estúdio de tatuagem com as pernas tremendo. E claro, para deixar tudo com a minha cara, errei o horário e apareci lá uma hora antes do combinado. 

Preenchi informações básicas minhas em uma folha de papel e assinei um termo de consentimento. A tatuadora colocou o decalque na minha panturrilha e nós combinamos algumas mudanças que faríamos. Deitei na maca, senti a minha pressão cair e... não foi horrível.

A pior parte de fazer uma tatuagem foi antes de fazer. Na hora, foi tudo muito mais tranquilo do que eu imaginei. Sou uma pessoa extremamente sensível para dor e agulhas, mas não doeu nem metade do que imaginava. Sério, a dor de uma vacina é bem maior do que de uma tatuagem. Ela lembra muito mais um "choque" chatinho, e a sensação é muito parecida com desenhar com uma caneta esferográfica na pele.

A única parte que doeu foi a do final, já que fizemos uns detalhes em branco. Ali tivemos que passar a maquininha em cima de partes que já estavam tatuadas, então doeu um pouco. Mas foi longe de ser horrível. (De novo, uma vacina dói muito mais)

Agora sou uma garota tatuada. E vou poder carregar o rostinho da minha Bebé na minha pele pelo resto da minha vida. Isso soa bem menos assustador agora que já está feito. 

Já estou com ideias para próximas tatuagens, não vou mentir. Quero fazer uma tijela amarela em homenagem ao meu avô (longa história) e um rolo de fita crepe para homenagear a minha infância e obssessão por fazer "invenções" com sucata e fita. 

Pretendo ir atualizando essa postagem com o processo de cicatrização, mas enquanto não atualizo, fiquem com algumas fotos do dia que fiz a tatuagem. Acabou sendo uma tarde muito agradável.

Atualização do dia 13/06

Fazem 10 dias que eu fiz uma tatuagem. O tempo passou voando mesmo. Tirei o plástico de cima da tatuagem uns dois dias e meio depois de fazer, e, desde então, passo uma pomada especial nela algumas vezes por dia. A tatuadora foi muito querida e me explicou direitinho o que fazer no processo de cicatrização (obrigada!).


Agora, ela está coçando bastante. A dor nem se compara com a coceira da cicatrização. Coça muito mais e é muito chato lidar com isso. Não é nada impossível, mas é incômodo e irritante. 

Estão se formando algumas casquinhas em cima do desenho, mas já me falaram que isso é normal. Só não posso coçar nem arrancar as casquinhas, aí vai dar tudo certo.

Tenho a impressão de que o desenho ficou ainda mais bonito agora que a pele não está mais inchada. Me acostumar com uma "mancha" também está sendo uma tarefa mais simples do que pensei, já que o desenho é de algo que eu amo muito.

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